Psiquiatra explica as consequências negativas do isolamento social, mudanças de rotina e distanciamento dos familiares
No dia 26 de julho é comemorado o Dia dos Avós. Desde o ano passado, a população idosa precisou redobrar os cuidados com a saúde e higiene por conta da pandemia, e uma das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) foi de que pessoas da terceira idade ficassem isoladas por serem do grupo de risco da Covid-19.
Contudo, ao mesmo tempo em que se protegem do coronavírus os idosos acabam desenvolvendo outros problemas por conta do distanciamento e mudança de rotina. De acordo com a médica psiquiatra Josianne Martins, da Associação Psiquiátrica de Brasília (APBr), a população idosa ficou ainda mais exposta ao adoecimento psiquiátrico.
“O isolamento e o medo da pandemia, somados aos fatores de limitações que a própria idade já traz com o tempo, deixam maiores as chances do desenvolvimento de quadros depressivos, de ansiedade e até mesmo o aumento do consumo de bebidas alcoólicas”, explica.
Para além da idade avançada, o próprio status de avô e avó influencia diretamente no sentimento de solidão de afastamento familiar. “A relação dos avós com os netos é fundamental para a manutenção da saúde mental e física do idoso, pois a presença da criança é renovadora, gera satisfação, alegria e sentimento de ser útil e importante para alguém”, avalia Dra. Josianne.
Na busca do equilíbrio
Apesar de ser de extrema importância zelar pela prevenção contra o coronavírus, a médica garante que é importante tentar equilibrar os cuidados e pensar nas outras consequências ruins além dele.
“É necessário avaliar cada caso. Se o idoso e os familiares estiverem confortáveis com a ideia, proporcionar um contato do idoso com algumas pessoas mais próximas pode ser positivo. Todos precisam estar de acordo e é necessário que tudo seja feito de forma segura, mantendo o distanciamento, o uso de máscara e os cuidados de higienização, principalmente das mãos”, diz.
Além disso, idoso precisa tentar manter minimamente sua rotina diária de sono, alimentação, atividade física e acompanhamentos médicos regulares. “Isso evita não só o adoecimento psíquico, mas também o agravamento de doenças pré-existentes e/ou o aparecimento de novas doenças”, aponta.